Fake Fur : STIPA MY LOVE...

A linguagem controversa das Stipas

Quando estou a planear um jardim , um parque, um recantinho verde numa varanda ou num pátio, imagino-me sempre numa cadeira a olhar em volta e a imaginar o que gostaria de ver e sentir ali.

Primeiro vem o impulso da visão, as sombras, as cores, as formas, de que maneira se conjugam entre si, que sentimentos transmitem...

Depois fecho os olhos e penso no que gostaria de ouvir. O barulho do movimento da folhagem, o barulho de insectos contrabalançado pelo chilrear dos pássaros, ou um ambiente citadino, onde consiga ouvir ao longe o barulho da cidade enquanto se está num local escondido só seu?

Estes factores levam-me a criar ambientes diferentes, a escolher plantas diferentes e a optar quase sempre por misturas cromáticas interessantes, ricas em texturas, cor, densidade e movimento.

À uns tempos para cá tenho utilizado em muitos planeamentos a Stipa tenuissima, misturo-a com outras espécies e aperto-lhe muitas vezes o compasso de plantação para ficar com um aspecto de massa dourada, onde surgem outras plantas por entre a folhagem.

Não sei porque mas as variedades de stipa transmitem-me uma sensação de bem estar, de liberdade e de plena aceitação da natureza. Fundem-se na perfeição com outras espécies, e a mudança dos tons verde seco para as tonalidades amarelas são mutações de grande beleza nas herbáceas.

Além da sua baixa manutenção, as stipas são elementos de coesão entre jardins minimalistas, mas podem ser utilizadas em tantas outras versões de espaços ajardinados..

Apesar deste misto de sensações positivas tenho encontrado alguma relutância em relação à espécie. A maioria acha a planta sem graça, feia, com um aspeto de erva-daninha seca. Tenho tentado inverter a opinião através de imagens de composições com a planta... até agora, acho que tenho tido sucesso... a Stipa já pode fazer parte de alguns jardins sem ser mal recebida.